quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Hermenêutica, Exegese e Pós-modernidade



1. Foucault.  Foucault era um pensador brilhante, intelectual profícuo, mas viveu de modo desregrado e dissoluto, vindo a falecer em 25 de junho de 1984 em conseqüência de uma grave enfermidade. Sua principal contribuição ao pensamento pós-moderno, deve-se à noção de que todo tipo de discurso é uma tentativa, daquele que a usa, de exercer poder e influência sobre os outros e, por essa razão, os textos devem ser desconstruídos. A noção desconstrutivista de Foucault procede da “virada lingüística”, abordagem filosófica de fins da década de 60, também conhecida como estruturalismo. 

2. Derrida. O filósofo francês Jacques Derrida foi o fundador da desconstrução e, após receber da Universidade de Cambridge, em 1992, um título honorífico, sua tese sobre a indeterminação do sentido do texto espalhou-se mais facilmente pelo mundo acadêmico. Segundo os estruturalistas e pós-estruturalistas, o texto de qualquer obra não apresenta absolutamente nada além do próprio texto. Não existe uma intenção autoral, um propósito pelo qual a obra tenha sido escrita; as palavras não significam o que o autor pretendeu ao usá-las, cabe sim, ao leitor dar o significado que tal texto tem para si, independente do objetivo da obra ou da interpretação que segue os métodos hermenêuticos tradicionais. 

3. Consequências. A interpretação de um texto bíblico, por exemplo, poderia ter diversos significados, não sendo possível determinar qual o verdadeiro sentido. Este, não é intratextual (dentro do texto), mas extratextual (fora do texto). O significado do texto, portanto, é relativo, não sendo possível jamais chegar à verdade sobre o que ele afirma. Todo significado ou interpretação de um texto bíblico, na concepção desconstrutivista do estruturalismo e pós-estruturalismo, é indeterminada, e por isso mesmo, relativa. Por conseguinte, o estruturalismo, é muito mais do que um método aplicado aos textos, mas uma corrente filosófica aplicada a diversas disciplinas, já que todas usam o texto como principal ferramenta de comunicação.
O desenvolvimento da hermenêutica contemporânea e sua aplicação à interpretação dos textos bíblicos trazem consigo os seguintes temas:

a) Desmitologização;
b) Desconstrução;
c) Relativismo;
d) Naturalismo;
e) Existencialismo;
f) Desintegração do sentido;
g) Autonomismo textual.

Nota

[1] Cf. Chamberlain, W.D. Gramática exegética do grego neo-testamento. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1989, p.25.

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