Tratar de todos os versos da canção
bossa nova "Águas de Março" (Tom Jobim) exige uma tese! Serve para narrar muitas histórias como abaixo.
Para a Comunidade Anglicana da Virgem Maria em
Curitiba, o fim do caminho com a DAC-IEAB deu-se já em 2008. O cenário policial,
o cansaço eclesiológico, a ausência pastoral, o amor ao dinheiro, o
autoritarismo, em resumo, a falta de amor em todos os sentidos. “O fundo do
poço” motivou a nossa saída. Dê-se o nome que se der: excomunhão, saída,
expulsão, o resultado foi o mesmo: alívio. Não tínhamos nenhum projeto
político, apenas a vontade de cumprir a vocação cristã de serviço (que era o
lema da DAC). Mas não podíamos abrir mão da justiça, do apoio aos irmãos
ameaçados anonimamente, da falta de solução possível em nome da instituição. Não
cito nomes porque não interessa. Somos anglicanos, antes disso somos cristãos,
dessa missão queremos viver. Os Cânones não estão acima da justiça. É legal e
imoral. Não é a carência de amor e justiça que provoca a maioria das separações?
De lá para cá, não houve sinal de mudança da DAC-IEAB em relação ao seu
comportamento. Os meios utilizados são sempre políticos e difamatórios, psicóticos,
patológicos. Não há uma voz que seja via média (na época, Dom Glauco fez todas
as tentativas de conciliação sem sucesso). Alguns irmãos desejam a
reconciliação, só não querem mostrar seu rosto (coragem aporética). Todos os
acordos foram quebrados. “No rosto um desgosto”, não era esse o “projeto da
casa”. Se nos voltamos para o Direito humano é porque a Instituição IEAB não
tem poderes ou não quer resolver conflitos. Ou os resolve sempre autoritariamente.
Não é o jeito anglicano de ser resolver
tudo autoritariamente. Então, defendemos o direito e a vocação da Comunidade
Anglicana da Virgem Maria em Curitiba, e das demais, que é de verdadeira Inclusividade,
de acolhida radical. Sozinhos em Curitiba, carentes de justiça, e desejando
sempre a comunhão, vemos com alegria a possibilidade de interação com outros
irmãos da comunhão anglicana. Esse sinal de esperança vem da Catedral Anglicana
de São Paulo, de Santos, de Franca, de Araras, de Botucatu, de São José dos
Pinhais, de Goiania. Enfim, vem do "novo" Movimento Anglicano no Brasil.
Descobrimos que não precisamos da instituição IEAB para viver, para servir a Cristo e
realizar a nossa vocação cristã no Brasil ou no mundo.
“Das águas de março, é o fim da canseira”.
Aroldo da Cruz Lara
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