sábado, 4 de maio de 2013

“É pau, é pedra, é o fim do caminho”

Tratar de todos os versos da canção bossa nova "Águas de Março" (Tom Jobim) exige uma tese! Serve para narrar muitas histórias como abaixo.
 
Para a Comunidade Anglicana da Virgem Maria em Curitiba, o fim do caminho com a DAC-IEAB deu-se já em 2008. O cenário policial, o cansaço eclesiológico, a ausência pastoral, o amor ao dinheiro, o autoritarismo, em resumo, a falta de amor em todos os sentidos. “O fundo do poço” motivou a nossa saída. Dê-se o nome que se der: excomunhão, saída, expulsão, o resultado foi o mesmo: alívio. Não tínhamos nenhum projeto político, apenas a vontade de cumprir a vocação cristã de serviço (que era o lema da DAC). Mas não podíamos abrir mão da justiça, do apoio aos irmãos ameaçados anonimamente, da falta de solução possível em nome da instituição. Não cito nomes porque não interessa. Somos anglicanos, antes disso somos cristãos, dessa missão queremos viver. Os Cânones não estão acima da justiça. É legal e imoral. Não é a carência de amor e justiça que provoca a maioria das separações? De lá para cá, não houve sinal de mudança da DAC-IEAB em relação ao seu comportamento. Os meios utilizados são sempre políticos e difamatórios, psicóticos, patológicos. Não há uma voz que seja via média (na época, Dom Glauco fez todas as tentativas de conciliação sem sucesso). Alguns irmãos desejam a reconciliação, só não querem mostrar seu rosto (coragem aporética). Todos os acordos foram quebrados. “No rosto um desgosto”, não era esse o “projeto da casa”. Se nos voltamos para o Direito humano é porque a Instituição IEAB não tem poderes ou não quer resolver conflitos. Ou os resolve sempre autoritariamente.  Não é o jeito anglicano de ser resolver tudo autoritariamente. Então, defendemos o direito e a vocação da Comunidade Anglicana da Virgem Maria em Curitiba, e das demais, que é de verdadeira Inclusividade, de acolhida radical. Sozinhos em Curitiba, carentes de justiça, e desejando sempre a comunhão, vemos com alegria a possibilidade de interação com outros irmãos da comunhão anglicana. Esse sinal de esperança vem da Catedral Anglicana de São Paulo, de Santos, de Franca, de Araras, de Botucatu, de São José dos Pinhais, de Goiania. Enfim, vem do "novo" Movimento Anglicano no Brasil. Descobrimos que não precisamos da instituição IEAB para viver, para servir a Cristo e realizar a nossa vocação cristã no Brasil ou no mundo.
Das águas de março, é o fim da canseira”.
 
Aroldo da Cruz Lara

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